segunda-feira, 25 de abril de 2011


Visita ao Museu das Minas e dos Metais
Em agosto de 2010, nós, alunos do FIEI da habilita­ção em Matemática, fizemos uma visita ao Museu ' das Minas e dos Metais, localizado na Praça da Liber­dade, no centro de Belo Horizonte. Nessa visita, que foi uma atividade da disciplina "Ciência, Tecnologia e Cultura", ministradada pelo prof. Marcos Bortolus, percebemos que a tecnologia é bem sofisticada, in­teressante e prazerosa de se ver.
Fomos bem recebidos, com boas explicações sobre o Museu. Nas explicações foram abordados mui­tos dos benefícios da atividade de mineração, mas pouco dos malefícios, como: a destruição que uma mineradora provoca na natureza, a exploração no tempo dos escravos etc.
Além disso, na nossa opinião, falta ao Museu apre­sentar a cultura e a história dos povos indígenas ou, talvez, discutir as condições de um povo que sofreu devido à exploração de minério e às grandes indús­trias construídas em seus territórios.
No Museu, há muitas informações sobre a história da exploração nas minas, vimos bastantes pedras que nunca tínhamos visto. Enfim, gostamos muito de visitar o Museu das Minas e dos Metais e adqui­rir conhecimento sobre mineração e as pedras que estavam à mostra para que todos pudessem ver e aprender um pouco de cada uma.
Dirauira Santos, Lorran Coutinho, Júlio Cesar Lopes, Dário Lopo


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Editorial

O jornal UFMGAmbâTxihíApyaba foi produzido pelos alunos docurso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas da UFMG, habilitação em Matemática, com a colaboração dos alunosda habilitação em Ciências Sociais e Humanidade.
Este jornal recebeu o nome de UFMG AmbâTxihíApyabaporquerepresenta as etnias dos alunos que atualmente cursam o FIEI. Cada palavra tem o mesmo significado: índio, escrita em três línguas diferentes.
O povo Xakriabá está em processo de resgate da sua língua materna, por isso já existem algumas palavras que estão sendo trabalhadas nas escolas. Entre elas, a palavra ambâ, mas há dúvida na forma de escrita dessa palavra e de muitas outras.
O povo Pataxó teve sua língua quase extinta, porém, através de pesquisa com os mais velhos, a língua foi registrada. Hoje, essa língua é chamada de Patxohãque nasceu da junção de três palavras:pat-é a inicial da palavra pataxó;atxohãquer dizer língua e xôhã, guerreiro.Assim, Patxohãsignifica língua de guerreiro.A nomeação dessa língua foi realizada pelos pesquisadores índios pataxó.
O povo Tupiniquim começou a revitalização da língua com a ajuda do professorJosafá Nogueira,índio da Amazônia.Ele fala fluentemente o nhegatu, idioma que faz parte do tronco linguístico dos tupiniquins,à qual a palavra apyaba pertence. O professor Josafá Nogueira ensinou e formou seus alunos capacitando-os para dar aulas nas escolas do povo tupiniquim.
Futuramente, ao nome do jornal poderão ser acrescentadas palavras da língua de outras etnias de alunos que ingressarem no FIEI.
O objetivo dessa primeira edição é enfocar o Seminário Temático II: Políticas Linguísticas. O Seminário foi realizado nos dias 8, 9 e 10 de setembro de 2010, com a participação de diferentes povos indígenasdo Brasil: Pataxó, da Bahia e de Minas Gerais; Kanhgág, do Rio Grande do Sul; KaxinawáHuniKuin, do Acre;Xerente, do Tocantins;Tupiniquim, do Espírito Santo; Xakriabá, Maxakali,Krenak, XukuruKariri e Kaxixó, todos de Minas Gerais. Além dos professores do FIEI, o Seminário também contou com a presença da linguista Ruth Moya,natural da região da Serra do Equador. Atualmente, ela mora na Guatemala, onde desenvolve trabalhos junto a organizações indígenas. Ruth Moya foi, inclusive, entrevistada pelos alunos do FIEI.
O Seminário foi muito importante para nós, por tratar de uma educação diferenciada, das lutas dos indígenaspor espaço emuniversidades federais epor terras, da preservação, do resgate e registro da cultura indígena e de seus costumes.
Pretendemos dar continuidade a esse jornal a cada módulo do FIEI. Em outras edições abordaremos outros assuntos.
Equipe responsável: Dario Lopo, Júlio César Lopes, Sandra Fernandes, Eva Pinto.

Seminário discute linguas e culturas indigenas



No período de 8 a 10 de setembro de 2010, aconteceu, na Faculdade de Educação da UFMG, o “Seminário Temático II: Políticas Linguísticas”, organizado pelo Curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas da UFMG (FIEI-UFMG), que contou com a presença dos palestrantes Ruth Moya (pedagoga e linguista); Anari Pataxó, da Bahia (graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia); Pajé Agostinho Kaxinawá, do Acre; Manoel Xerente, de Tocantins (professor da língua akwe no Ensino Fundamental e graduando em Ciências da Linguagem na Universidade Federal de Goiás); Edvaldo Xerente, de Tocantins (graduando em Comunicação Social na Universidade Federal de Tocantins) e Selvino Kahngag, do Rio Grande do Sul, criador do site www.kanhgag.org. O Seminário contou também com a participação de alunos e professores do FIEI-REUNI e do FIEI-PROLIND, além de outros convidados.
A abertura foi marcada com o canto do cineasta e professor do Acre Issak Kaxinawá, que invocou os espíritos da floresta para abrir os caminhos e trazer força para a nação.

A força do hatxa kuin: a língua verdadeira

A espiritualidade indígena também esteve presente no “Seminário Temático II: Políticas Linguísticas”.
O pajé Agostinho Muru Kaxinawá, do povo Huni Kuin (que quer dizer: “povo verdadeiro”), contribuiu com seus conhecimentos e sua experiência de vida, pois aprendeu com seus antepassados a sabedoria de curas através das ervas. Sua preocupação em manter as tradições de seu povo deu início ao seu projeto chamado Livro vivo.
Em 1985, ele começou a catalogar as ervas curativas e suas funções. Este projeto se expandiu e hoje o alvo é manter um jardim vivo dentro das terras Kaxinawá. Nesse jardim, serão reunidas todas as ervas registradas por Agostinho. O pajé também vem registrando em vídeo e áudio os cantos curativos e as rezas Kaxinawá. O Livro Vivo registra todas as informações na língua materna Kaxinawá e também em português.
O pajé também obteve, em suas viagens pelo Brasil, conhecimento da medicina japonesa, como acupuntura, nichipan e massagem.
Ele já curou muitas pessoas: “Doença de índio as ervas curam, as doenças de branco, medicina do japonês cura”, diz Agostinho, quando questionado a respeito da mistura de técnicas  de curas.
O projeto Livro vivo, mais que curar o corpo, é um agente de cura para a cultura Kaxinawá. Ele fortalece a saúde cultural e a educação do povo Kaxinawá.


Revitalização das línguas indígenas: Patxôhã, Língua Pataxó

Anari Pataxó, que também apresentou sua palestra no Seminário, é graduada em Letras, faz mestrado em Estudos Étnicos Africanos na UFBA e tem como foco de pesquisa a retomada da língua Pataxó. Ela desenvolveu pesquisa que envolveu um grupo de professores indígenas e as pessoas mais velhas em várias aldeias Pataxó na Bahia. Essa pesquisa foi desenvolvida em 1998, quando houve o registro da cultura e da língua Pataxó, com objetivo de conhecer e documentar a história desse povo. Graças a essa pesquisa, foi produzido um vocabulário com 2.500 palavras, e hoje os professores trabalham a língua nas escolas do povo Pataxó.

Língua Xerente: akwe

Durante o Seminário, também Edvaldo Srekmõrõte, índio Xerente do estado de Tocantins, fez palestra e também ministrou oficina sobre a língua akwe, ao lado de Manoel Sirmãre, também do povo Xerente de Tocantins.
Edvaldo saiu aos 12 anos de idade para estudar fora da aldeia. Durante esse período, sofreu muito  com a falta de recursos e por ter dificuldade para falar o português. Ele concluiu o Ensino Médio em 1987 e, logo depois, fez um curso técnico em Agronomia. Atualmente, é estudante do curso de Comunicação Social.
Em sua palestra, ele falou da sua trajetória e contou como é a vida e a escola na sua comunidade. Edvaldo Srekmõrõte destacou o fato de que nas escolas do povo Xerente, o português só é introduzido no Ensino Fundamental depois que os alunos completam nove anos de idade. As crianças são, primeiro, alfabetizadas na língua akwe, e só posteriormente os professores lecionam na língua materna akwe e no português.
A palestra despertou muito interesse dos alunos, principalmente os da etnia Xakriabá, já que os Xerente e Xakriabá no passado constituíam um mesmo povo e falavam uma mesma língua. Hoje em dia, os Xakriabá e Xerente vivem em grupos separados.

Equipe responsável: Simone, Ariema Braz, Dirauy Marcelino, Dirauira Santos, Jusnei Souza.

A língua indígena


              
A língua é um dos elementos mais importantes da cultura de um povo, pois através dela transmitimos a nossa memória, os nossos conhecimentos tradicionais, ou seja, a nossa verdadeira identidade.
Por ser um elemento fundamental da cultura de um povo, a partir da chegada dos portugueses no Brasil, a maioria das línguas indígenas foram extintas e algumas, adormecidas.
As pesquisas linguísticas mostram que, antes da chegada dos portugueses, existiam cerca de 1.200 línguas indígenas faladas no Brasil. Com o processo de colonização, esse número se reduziu para, aproximadamente, 180 línguas.
Nós, professores Pataxó, da Bahia e de Minas Gerais, estamos trabalhando no processo de revitalização da nossa língua, o Patxôhã. Esse trabalho surgiu com o objetivo de fortalecer nossa cultura.
Nossos velhos e lideranças tinham a preocupação de que nossa língua fosse extinta, por isso fizeram projetos de pesquisa para coletar os conhecimentos da língua e cultura dentro das aldeias da Bahia e de Minas Gerais. Todos os pesquisadores índios se deslocaram para todas as aldeias Pataxó, para pesquisar com os mais velhos as palavras que eles ainda conheciam.
A partir do resultado da pesquisa foram produzidos alguns materiais didáticos, como: um vocabulário com mais de 2.500 palavras e dois livros – Raízes e Vivência Pataxó, e Uma História de Resistência. Com esses materiais, trabalhamos em sala de aula, envolvendo não só a língua, mas também os costumes e tradições da nossa cultura.
Hoje, um dos maiores resultados de todo esse trabalho é a interação das crianças e jovens Pataxó com língua e com toda sua cultura tradicional.

Alex Ferreira, Akerlan Nascimento, Everton Braz, Clécia Nascimento, Inaiá Braz

Tecnologia e cultura

       Os Kanhgág são um povo indígena que habita a área geográfica pertencente ao atual estado do Rio Grande do Sul. Hoje, encontram-se aldeados em áreas específicas, os chamados ''toldos'' ou ''postos indígenas'', localizados em vários municípios gaúchos, como Nonoaí, Sarandi, Lagoa Vermelha, Iraí, Guarita, etc. Os Kanhgág ocupam regiões de outros estados da Região Sul e de São Paulo.
       Os índios Kanhgág criaram um site. Esse trabalho foi elaborado principalmente com autorização dos mais velhos da aldeia, já que estaria expondo um conjunto de fatores de um povo, como língua, crença etc. No site, podem ser encontrados vários materiais, como fotos, vocabulário, dentre outros. O endereço é www.kanhgag.org.

        O interessante é que o site está todo escrito na língua Kanhgág, por isso é um recurso próprio para os kanhgág e para quem possa compreendê-lo. Ele já foi criticado por não indígenas de outros países, por estar escrito na língua materna e não traduzido para um idioma acessível a todos. Os indígenas têm direitos diferenciados e, independente disso, diversos países lançam sites em suas próprias línguas. Nem por isso são criticados, ao contrário, buscamos formas de tradução para que possamos enriquecer nosso vocabulário cada vez mais.
       Umas das importâncias de tudo isso é que o site acaba sendo uma forma de registrar a língua dos Kanhgág, que vai se estender por muitos tempos. Futuramente, eles não terão problemas de revitalização de línguas, como o povo Xakriabá, Pataxó etc. Pois a língua Kanhgág está presente na própria aldeia e registrada na internet.

Língua materna morre?

As línguas maternas de algumas etnias não morreram, elas adormeceram! Com o passar dos tempos, aos poucos, estão sendo revitalizadas algumas línguas, devido às pesquisas dos próprios indígenas dentro das aldeias e através de intercâmbio com povos do mesmo tronco linguístico.
Nem só no período colonial, mas em vários momentos históricos, mesmo após a independência do Brasil, houve no País várias ações para exterminar os indígenas e, com isso, tomar posse das suas riquezas e implantar uma única língua, a portuguesa. Porém, algumas etnias conseguiram manter sua língua com muita luta.
   Um fruto disso é a língua do povo Xakriabá, que pertence ao tronco linguístico macro-jê, que ficou adormecida por muitos anos.   Hoje, os Xerentes, povo do mesmo tronco linguístico, estão contribuindo com os Xakriabá e criaram até um intercâmbio para o resgate da língua.

Assim, na história indígena, foram vários os momentos de conflitos e lutas. Nos dias atuais, os indígenas estão ocupando seu espaço na sociedade como no exemplo do site produzido pelo povo Kanhgág e do movimento de recuperação da língua pelo povo Xakriabá.

Elizamar Gomes, Givaldo França

ACONTECE

A festa do Índio
No dia 19 de abril é comemorado o Dia do Índio por vários povos indígenas, dentre elesosXacriabá, Pataxó eTupiniquim. Durante as comemorações, os grupos se reúnem em suas etnias para fazerem seus rituais, cantos e brincadeiras.
Neste ano, acontecerá pela primeira vez na Bahia o encontro dos Pataxó da aldeia de Barra Velha, em Porto Seguro, com as aldeias vizinhas.
Na reserva Xakriabá, em São João das Missões, no norte de Minas Gerais, a festa em comemoração ao Dia do Índio ocorrerá durante todo o dia todo. Visitantes de cidades vizinhas estarão presentes para prestigiarem o evento.
Na aldeia Tupiniquin no Espírito Santo, a comemoração também acontecerá durante todo o dia e terá palestras, danças e comidas típicas. À noite, serãorealizados shows musicais.
A festa de santa cruz
Na reservaXakriabá acontece todos os anos a festa tradicional de Santa Cruz, que se inicia no dia 23 de abril e termina no dia 2 de maio. Nesse período, as pessoas se reúnem à noite para rezar nos cruzeiros, onde se encontram crianças, adolescentes e os mais velhos. A cada dia são escolhidas duas pessoas que serão responsáveis pela organização do cruzeiro com enfeites e velas. Na casa do noiteiro, que é a pessoa responsável pela organização da festa,é realizada forró com muitas comidas e bebidas.Essa tradição é mantida desde os nossos antepassados
Cametxa
Já está em funcionamento na aldeia Barreiro Preto, reserva Indígena Xakriabá em São João das Missões, a Cametxa, casa de medicina tradicional. O projeto da Cametxa foi elaborado em 1998 pela comunidadeXakriabá com o apoio do CIMI (Conselho Indigenista). Diariamente, são produzidos vários remédios tradicionais, além de óleos etinturas, feitos através do conhecimento das pessoas mais velhas. A Cametxa conta também com uma cozinha experimental que busca o aproveitamento de frutos do cerrado.
Rosilene, Rosângela, Rosimere, Santilha, Vera

VOCÊ CONHECE O BOITATÁ E O CAIPORA

BOITATÁ
O Boitatá aparece à noite como uma bola de fogo para assustar as pessoas que viajam à noite.Ele sempre atrai as pessoas, em forma de farol de automóvel, enquantoesperam um carro passar. Na verdade, acabam vendo o que não é esperado: o Boitatá.

O CAIPORA
O Caipora é considerado o “pai da mata”,porque é ele quem toma conta dos animais e dasárvores da natureza.
Antigamente, os nossos parentes mais velhos da aldeia iam pra mata tirar cipó e madeira para fazer suas casas.Quando eles estavam lá trabalhando,derepente, eles eram atraídos pelo Caipora. Ele deixava as pessoas perdidas e assombradas na mata com o objetivo de proteger a sua casa.
Os parentes, já sabendo que era o Caipora, cortavam uma palha de patioba(uma espécie de palmeira) e batiam um pedaço de pau no talo da palha para chamar o outro parente que estava do outro lado da mata.Enquanto isso, faziam um cigarro de fumo. Ascendiam e colocavam um pouco do fumo numa folha ao lado de uma árvore.E logo que o Caipora sentia o cheiro do fumo, mostrava o caminho de volta para a aldeia.
Givaldo França, Everton, Akerlan

JOGO DOS 7 ERROS


sexta-feira, 8 de abril de 2011


O tempo 
Gilson Alves dos Santos

Os segundos se passam
E formam os minutos
Os minutos se vão
E formam as horas
As horas se vão
E formam os dias
Os dias se vão
E formam os meses
Os meses se vão
E formam os anos
Os anos se vão
E formam...tantos e tantos anos
Enfim, vivemos controlados
Pelo tempo e o tempo controlado por nós
Vivemos à procura de tempo
Tempo de dormir
Tempo de alimentar
Tempo de ir e vir
Tempo de sonhar
Tempo de sorrir
Tempo de andar...
Que tempo?
Tempo de correria
Corre pra lá, corre pra cá
Entra noite e sai dia
Ah, se eu tivesse tempo para fazer o que eu queria!!!

Criação do blog do jornal Fiei

Hoje 8 de abril criamos o blog do nosso jornal, na Fae\UFMG.