quarta-feira, 13 de abril de 2011

Editorial

O jornal UFMGAmbâTxihíApyaba foi produzido pelos alunos docurso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas da UFMG, habilitação em Matemática, com a colaboração dos alunosda habilitação em Ciências Sociais e Humanidade.
Este jornal recebeu o nome de UFMG AmbâTxihíApyabaporquerepresenta as etnias dos alunos que atualmente cursam o FIEI. Cada palavra tem o mesmo significado: índio, escrita em três línguas diferentes.
O povo Xakriabá está em processo de resgate da sua língua materna, por isso já existem algumas palavras que estão sendo trabalhadas nas escolas. Entre elas, a palavra ambâ, mas há dúvida na forma de escrita dessa palavra e de muitas outras.
O povo Pataxó teve sua língua quase extinta, porém, através de pesquisa com os mais velhos, a língua foi registrada. Hoje, essa língua é chamada de Patxohãque nasceu da junção de três palavras:pat-é a inicial da palavra pataxó;atxohãquer dizer língua e xôhã, guerreiro.Assim, Patxohãsignifica língua de guerreiro.A nomeação dessa língua foi realizada pelos pesquisadores índios pataxó.
O povo Tupiniquim começou a revitalização da língua com a ajuda do professorJosafá Nogueira,índio da Amazônia.Ele fala fluentemente o nhegatu, idioma que faz parte do tronco linguístico dos tupiniquins,à qual a palavra apyaba pertence. O professor Josafá Nogueira ensinou e formou seus alunos capacitando-os para dar aulas nas escolas do povo tupiniquim.
Futuramente, ao nome do jornal poderão ser acrescentadas palavras da língua de outras etnias de alunos que ingressarem no FIEI.
O objetivo dessa primeira edição é enfocar o Seminário Temático II: Políticas Linguísticas. O Seminário foi realizado nos dias 8, 9 e 10 de setembro de 2010, com a participação de diferentes povos indígenasdo Brasil: Pataxó, da Bahia e de Minas Gerais; Kanhgág, do Rio Grande do Sul; KaxinawáHuniKuin, do Acre;Xerente, do Tocantins;Tupiniquim, do Espírito Santo; Xakriabá, Maxakali,Krenak, XukuruKariri e Kaxixó, todos de Minas Gerais. Além dos professores do FIEI, o Seminário também contou com a presença da linguista Ruth Moya,natural da região da Serra do Equador. Atualmente, ela mora na Guatemala, onde desenvolve trabalhos junto a organizações indígenas. Ruth Moya foi, inclusive, entrevistada pelos alunos do FIEI.
O Seminário foi muito importante para nós, por tratar de uma educação diferenciada, das lutas dos indígenaspor espaço emuniversidades federais epor terras, da preservação, do resgate e registro da cultura indígena e de seus costumes.
Pretendemos dar continuidade a esse jornal a cada módulo do FIEI. Em outras edições abordaremos outros assuntos.
Equipe responsável: Dario Lopo, Júlio César Lopes, Sandra Fernandes, Eva Pinto.

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